Empresário diz ter criado “país fictício” para esconder 300 quilos de ouro; entenda

Em uma casa à beira-mar no interior do Rio Grande do Norte, o austríaco naturalizado brasileiro Werner Rydl, de 67 anos, afirma ser o único cidadão de Seagarland, um suposto país submerso que teria fundado em águas internacionais, na Foz do Rio Amazonas.
De acordo com ele, esse território fictício abriga cerca de 300 quilos de ouro, armazenados em plataformas subaquáticas, longe da “corrupção dos Estados” e da fiscalização de autoridades. A história, no entanto, chamou a atenção da Polícia Federal, que vê em Seagarland a fachada de um possível esquema de contrabando de metais preciosos.
Werner diz ter criado o país como um símbolo de independência jurídica, tributária e política, sustentando suas declarações com o que chama de “transparência fiscal”, por meio de relatórios publicados em um site oficial. Apesar do tom excêntrico, a narrativa se torna mais grave quando seu nome aparece ligado ao empresário Brubeyk Nascimento, preso em 2023 e acusado de ser um dos principais contrabandistas de ouro do Brasil.
Segundo a PF, o ouro apresentado por Nascimento seria incompatível com joias derretidas, como alegado por Werner, e apresentava características de material extraído de garimpos ilegais em terras indígenas. Ele admite que o negócio foi firmado, mas sustenta que pode ter havido mistura entre o seu ouro legal e material de origem criminosa.