Empresário “patriota” que matou gari tentou usar esposa para driblar polícia; entenda

O empresário “patriota” Renê da Silva Nogueira Júnior, que confessou ter assassinado o gari Laudemir de Souza Fernandes, foi denunciado pelo Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG) por quatro crimes, incluindo fraude processual. Segundo a acusação, ele tentou manipular as investigações pedindo à esposa, a delegada Ana Paula Lamego Balbino, que entregasse uma arma diferente da usada no crime.
A ideia, de acordo com o promotor Cláudio Barros, era tentar induzir a erro tanto o juiz quanto os peritos, buscando alterar artificialmente elementos que poderiam impactar o processo. Ana Paula, no entanto, não atendeu ao pedido e entregou às autoridades duas armas: sua pistola funcional e a calibre .380 utilizada pelo marido para matar o gari.
Apesar de ter colaborado com a investigação, a delegada acabou indiciada pela Polícia Civil por porte ilegal de arma de fogo, já que teria cedido sua pistola ao marido, e pela Corregedoria por prevaricação. Esses crimes, somados, preveem penas inferiores a 4 anos de prisão. Por esse motivo, o Ministério Público não ofereceu denúncia contra Ana Paula.
Segundo a promotoria, a delegada poderá firmar um acordo de não persecução penal, que prevê confissão e aplicação de medidas alternativas, como prestação de serviços comunitários ou pagamento de multa, evitando assim um processo criminal formal. Enquanto isso, Renê seguirá respondendo pelas acusações mais graves, incluindo a execução do crime.