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Empresários criticam a criação de superministério da Economia

Jair Bolsonaro (PSL) (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Do Globo

O setor industrial brasileiro reagiu com surpresa e preocupação à notícia de que o Ministério de Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) será incorporado por um superministério formado pelas pastas da Fazenda e do Planejamento . Isso porque alguns dias antes da eleição, uma comitiva de empresários que esteve na residência do então candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro, saiu de lá com a certeza que o órgão seria preservado. Em nota, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, reiterou que a entidade é contrária à extinção do MDIC e advertiu que a excessiva concentração de funções em um único ministério reduzirá a atenção do próximo governo a temas cruciais para as empresas brasileiras.

– Tendo em vista a  importância do setor industrial para o Brasil, que é responsável por 21% do PIB nacional e pelo recolhimento de 32% dos impostos federais, precisamos de um ministério com um papel específico, que não seja atrelado à Fazenda, mais preocupada em arrecadar impostos e administrar as contas públicas – afirmou Andrade, acrescentando que a indústria gera cerca de 10 milhões de empregos no país e é responsável por 51% das exportações nacionais.

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Mais cedo, a CNI havia se manifestado, em uma nota, defendendo a continuidade da agenda de integração do Mercosul. Foi uma reação velada à declaração feita pelo economista Paulo Guedes, no último domingo, de que o bloco não é uma prioridade.

– Foi uma surpresa. Achávamos que o comércio exterior seria uma  prioridade para o próximo governo – resumiu o presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro.

Segundo ele, a impressão dos empresários do setor exportador era que a situação estava resolvida e o MDIC seria preservado. Em sua opinião, a incorporação da pasta a outro ministério tornará as operações e respostas ao comércio exterior brasileiro mais demoradas.

– O comércio exterior é uma das atividades que mais geram atividade econômica, empregos e arrecadação de tributos – disse Castro.

O presidente da Associação Brasileira de Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), Fernando Pimentel, reforçou a posição da CNI, contrária à medida. Para Pimentel, a decisão seria um retrocesso, já que existe uma grande demanda industrial.

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