Empresários pró-Bolsonaro revelam impactos negativos para reeleição

Em conversas privadas, empresários que apoiaram Jair Bolsonaro em 2018 reclamam que a alta dos juros reduziu o retorno financeiro dos grupos, comprometendo planos futuros de expansão.
Nos bastidores, grandes empresários avaliam que os juros baixos eram uma das poucas vantagens de Bolsonaro na Economia diante da implosão da agenda liberal, que prometia um Estado menor e menos intervenção na atividade econômica, diz a Folha.
Em 2019, primeiro ano do mandato de Bolsonaro, a Selic era de 6,50%. Em 2020, com a pandemia, o Banco Central cortou para 2% como forma de estimular a economia. A deterioração do cenário econômico interno e global, porém, fez o BC passar a taxa de 2,75%, no início de 2021, para 11,75% em março deste ano. A sinalização é de que os juros devem continuar em alta.
Recentemente, empresários vem sinalizando que nenhum dos atuais presidenciáveis os agradam. É o caso de Flávio Rocha, na Riachuelo, que viu o volume de empréstimos e financiamentos aumentar em R$ 800 milhões entre 2019 e 2021, segundo o balanço da empresa. Nesse período, o grupo enfrentou uma severa crise de consumo devido à pandemia que levou a um prejuízo em 2020, revertido em 2021.