Encontro entre Temer e Cunha foi “institucional”, diz líder do governo na Câmara
O líder do governo na Câmara, deputado André Moura (PSC-SE), foi escalado pelo Palácio do Planalto para negar a existência de pressão do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) sobre o presidente em exercício Michel Temer para salvar o mandato do peemedebista. Moura disse que o encontro entre Temer e Cunha no último domingo, 26, foi institucional e que não há “nada de anormal nisso”. “Por parte do Palácio não há nada a esconder. O encontro foi institucional, foi republicano”, afirmou.
Moura convocou uma entrevista coletiva para reagir ao discurso da bancada do PSOL, que apontou a interferência de Temer no sentido de livrar Cunha da cassação do mandato. Moura negou que Cunha tenha pedido ajuda ao presidente em exercício, alegou que o deputado afastado ainda “não perdeu suas funções parlamentares” e insistiu que a conversa foi sobre o tema genérico “cenário político nacional”, mas não deu detalhes da reunião. “Aí é conversa deles dois”, desconversou. O líder do governo destacou que a sucessão no comando da Câmara e a cassação de Cunha “não são assuntos do governo”.
O governista também refutou a tese de que Temer tenha interferido na escolha de Ronaldo Fonseca (PROS-DF) para a relatoria do recurso de Cunha na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). “A escolha do Fonseca não foi do Planalto, o Planalto não tem o poder de blindar”, respondeu.
O deputado afirmou que a permanência do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), gera instabilidade na Casa e preocupa o governo Temer, mas que o Executivo não vai interferir nos problemas do legislativo. “A situação é muito ruim para o andamento das matérias de interesse do País”, disse o líder, reclamando que nesta semana, por exemplo, o Planalto contava com a votação de matérias importantes. Para Moura, a renúncia de Cunha à presidência da Câmara ou sua cassação resolveriam a instabilidade, mas ele reconheceu que a primeira opção seria a mais rápida.