Enfermeiro que transou com padre é acusado de tentar extorquir cardeal de Brasília

Na sexta-feira (8), a Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) cumpriu um mandado de busca e apreensão na casa de um enfermeiro acusado de tentar extorquir o cardeal de Brasília, Dom Paulo Cezar Costa, em Santa Maria. O profissional de saúde exigiu R$ 8 mil do arcebispo alegando que tem vídeos e fotos mantendo relações sexuais com outros padres dentro do Instituto Bíblico de Brasília, na Asa Norte.
De acordo com o Metrópoles, o suspeito pensou que Dom Cezar iria aceitar fazer o pagamento para que ele não tornasse o material público, a fim de evitar desgaste em sua gestão. Porém, o religioso negou qualquer tipo de acordo e levou o caso ao conhecimento das autoridades. Equipes da 5ª Delegacia de Polícia (Área Central) apreenderam o celular e o computador do enfermeiro, que serão encaminhados ao Instituto de Criminalística (IC).
No último dia 22, o mesmo portal revelou que o padre Brás Costa costumava manter relações sexuais nas dependências do Instituto Bíblico. Na época, antes da tentativa de extorsão vir à tona, o enfermeiro, que era tratado como investigado, contou que era frequentemente “agradado” pelo padre, então conselheiro e professor de hebraico e latim do instituto, que acabou fechando em 12 de junho deste ano. Desde então, o pároco exercia suas funções eclesiásticas em uma paróquia de Riacho Fundo.
O profissional de saúde revelou que as abordagens incluíam elogios ao seu corpo e apalpadas nos braços, nas nádegas e no pênis. “Além do padre Brás, quase todos os seminaristas do instituto sabiam e muitos participavam das sessões de sexo. Eu acabei cedendo às investidas”, disse o rapaz, que é bissexual.
Segundo o enfermeiro, ele era pressionado a ceder às investidas. “Ficava muito claro que eu poderia perder o meu emprego caso não aceitasse. Acabei mantendo relações sexuais com esse padre durante dois anos. Isso acabou com a minha vida: tive depressão e até tentei suicídio”, contou.
O enfermeiro ainda disse que não havia dia nem hora para realizar os desejos sexuais do clérigo e as transas ocorriam nos banheiros, nos quartos, corredores e até depois da celebração de missas, sempre dentro do prédio cristão. “Tudo era combinado pelo WhatsApp e, em alguns momentos, eu recebia dinheiro do padre Brás.”
O padre negou que tivesse mantido relações sexuais com o enfermeiro e a Arquidiocese pediu ao bispo da Diocese de Lugano, na Suíça, que tome providências “pela situação canônica e religiosa”. Isso porque Brás Costa foi ordenado padre no país europeu.