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Entenda como o “visto anti-woke” está atraindo conservadores para a Rússia

Ruas urbanas na Rússia. Foto: Divulgação

A Rússia lançou um novo visto, o “visto de valores compartilhados”, que atrai expatriados de países ocidentais, como Estados Unidos, Austrália e países da Europa, que buscam viver em uma sociedade mais conservadora. O visto foi criado em agosto de 2024, com o objetivo de oferecer residência a pessoas que compartilham os valores espirituais e morais tradicionais russos.

A autorização, frequentemente chamada de “visto anti-woke”, é voltada para aqueles que discordam das políticas liberais de seus países de origem, especialmente no que se refere a temas como direitos LGBTQ+, migração e questões de família e religião.

A medida foi criada para atrair pessoas que se sentem desconfortáveis com as mudanças culturais em suas nações e buscam um ambiente mais alinhado com valores tradicionais. Não é necessário provar fluência em russo ou familiaridade com a cultura russa para solicitar o visto, mas os candidatos devem declarar que discordam das políticas progressistas de seus países.

A socióloga Katharina Bluhm, especialista em Rússia, aponta que o visto tem um propósito simbólico. “Com o visto e as histórias positivas de imigrantes ocidentais, a Rússia está mostrando aos seus próprios cidadãos: ‘olhem, há pessoas que vêm para cá porque nós satisfazemos o que lhes falta no Ocidente decadente'”, explica ela. Para o Ocidente, a Rússia se apresenta como um refúgio para aqueles que buscam preservar os valores cristãos tradicionais e o patriotismo.