Entenda por que Marcola foi absolvido no maior processo contra o PCC

O maior processo já aberto contra o PCC prescreveu após 12 anos sem chegar a uma sentença de primeira instância, deixando Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, e outros líderes da facção fora do alcance das acusações. A demora foi causada pelo grande número de réus e pela denúncia apresentada com base em uma tipificação antiga, anterior à Lei das Organizações Criminosas.
A ação começou em 2013, quando o Ministério Público denunciou 175 suspeitos após uma investigação de três anos e meio que mapeou a estrutura do PCC. À época, a Justiça recebeu a denúncia contra 161 acusados, mas dificuldades para localizar réus, mortes durante a tramitação e questionamentos sobre grampos atrasaram o processo.
A defesa de vários deles apresentou recursos, todos rejeitados, e 14 denunciados sequer chegaram a ser citados. O Ministério Público reuniu escutas, documentos, depoimentos e informações de apreensões de cinco toneladas de drogas e 82 armas, além de 144 prisões em flagrante.
Os promotores tentaram desmembrar a ação para evitar atrasos, mas o pedido foi negado. O processo ainda ficou cinco anos suspenso por causa de um recurso no Tribunal de Justiça e voltou a parar em 2023 para digitalização dos autos, concluída só em março de 2024.
