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Entenda por que o Brasil sempre fala primeiro na ONU

O presidente Lula (PT) discursa durante Assembleia Geral da ONU. Foto: Reprodução

O presidente Lula (PT) abre nesta terça-feira (23), às 10h, a Assembleia Geral da ONU, em Nova York. A tradição garante ao Brasil o posto de primeiro orador, seguido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, representante do país-sede.

O costume começou em 1955 e, desde então, o Brasil é o responsável por inaugurar os discursos da reunião anual, que reúne líderes e autoridades dos 193 Estados-membros. O evento, conhecido como “Debate Geral”, se estende por seis dias e permite que cada país apresente sua visão sobre temas globais, sem debate direto entre as nações.

A origem da tradição é alvo de várias teorias. Uma delas aponta que o Brasil teria recebido o posto como “prêmio de consolação” por não integrar o Conselho de Segurança. Outra hipótese é que o país foi escolhido por ser considerado neutro em meio às tensões entre Estados Unidos e União Soviética nos primeiros anos da ONU.

A explicação mais aceita, no entanto, vem da prática histórica do Brasil em se voluntariar para abrir os trabalhos quando nenhum país queria assumir o papel. “Em tempos muito antigos, quando ninguém queria falar primeiro, o Brasil sempre se oferecia para falar primeiro. E assim ganhou o direito de falar primeiro na Assembleia Geral”, disse Desmond Parker, chefe de protocolo da ONU, à rádio NPR em 2010.