Entenda por que o preço do petróleo desabou e puxou queda das bolsas

Do New York Times.
A Arábia Saudita decidiu reduzir em 10% seus preços de exportação de petróleo, no que pode ser o começo de uma guerra de preços contra a Rússia, mas com repercussões também na Venezuela, no Irã e até em empresas americanas do setor. Com a decisão, os preços de negociação internacional despencavam neste domingo, 8, com o barril do petróleo tipo Brent recuando 20,6%, a US$ 35,93, na Intercontinental Exchange (ICE), em Londres. Em Nova York (Nymex), o barril do óleo tipo WTI recuava 20,5%, cotado a US$ 32,82. É a maior queda desde 1991, ano da Guerra do Golfo.
A decisão saudita de cortar os preços foi uma retaliação à Rússia, que se recusou a participar de um movimento da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para reduzir a produção de petróleo e segurar os preços do produto, que estão em queda por causa da desaceleração econômica decorrente da epidemia do coronavírus.
A quebra de uma aliança de três anos entre o cartel liderado pela Arábia Saudita e a Rússia para segurar os preços pode ser temporária e fazer parte de um jogo de negociação. Mas, caso seja duradoura, executivos do petróleo dizem que não há nada para impedir que os preços alcancem os níveis mais baixos em pelo menos cinco anos.
Uma grande queda nos preços prejudicaria produtores de todo o mundo, principalmente da Venezuela e do Irã, cujas economias baseadas na commodity já estão sob pressão das sanções americanas.
O entrave poderia beneficiar o consumidor, mas um colapso prolongado dos preços aumentaria a pressão sobre as empresas petroleiras. Países em desenvolvimento que dependem de petróleo, como Nigéria, Angola e Brasil, também podem sofrer desacelerações econômicas significativas.
(…)