Equador deriva da privatização da segurança pública, diz especialista em relações internacionais

A crise atual no Equador, marcada por um estado de conflito armado interno desencadeado por ataques de gangues, tem suas raízes na privatização da segurança pública, de acordo com o professor de relações internacionais Leonardo Trevisan, da ESPM. Para o especialista, a situação do candidato à presidência, Fernando Villavicencio, assassinado com três tiros em agosto do ano passado, serve como um exemplo evidente do descontrole.
“A [questão da] segurança pública é a só a parte mais visível desse iceberg. Esse episódio de hoje remonta ao candidato assassinado em agosto, […] estava visível o descontrole absoluto. Qual a solução que as urnas apontaram? A solução das urnas foi entregar o Estado ao homem mais rico do Equador”, disse Leornado Trevisan em entrevista ao Uol.
O especialista aponta a privatização da segurança pública no Equador como o ponto central da crise vivida hoje. Trevisan destaca a promessa do atual líder, o homem mais rico do Equador, de efetivar essa privatização, transformando a segurança pública em um negócio eficiente, o que, segundo o professor, é o processo mais perigoso, evidenciado pelos acontecimentos atuais.
“[No] Equador, teve uma absurda privatização da segurança pública – talvez o mais alto índice de toda América Latina: o país tem mais de 125 mil homens armados em segurança privada, isso é o dobro dos policiais”, afirmou.
Além da segurança, Trevisan conecta a privatização à dolarização da economia equatoriana no início do século, enfatizando a ideia de que apenas a esfera do mercado pode resolver problemas, diminuindo assim o papel do Estado.
Participe de nosso grupo no WhatsApp, clicando neste link
Entre em nosso canal no Telegram,clique neste link