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Esculturas rupestres de camelos de 12 mil anos são achadas na Arábia Saudita

Arte rupestre de aproximadamente 12 mil anos retratando camelos foi descoberta em paredão de arenito no deserto de Nafud, na Arábia Saudita – Foto: Reprodução

Arqueólogos identificaram no deserto de Nafud, no norte da Arábia Saudita, esculturas rupestres de aproximadamente 12 mil anos. As gravuras representam 19 camelos em tamanho real e três burros, compondo o que os pesquisadores descrevem como a mais antiga arte animal naturalista em grande escala já encontrada no Oriente Médio. “Essas representações são agora potencialmente contemporâneas ao auge da arte rupestre na Europa Ocidental”, destacou Guillaume Charloux, arqueólogo do Centro Nacional Francês de Pesquisa Científica.

A descoberta foi publicada na revista Nature Communications e revela que essas esculturas só podem ser vistas em determinado horário da manhã, quando a luz do sol incide diretamente sobre o paredão. Segundo a arqueóloga Maria Guagnin, do Instituto Max Planck, responsável pelo projeto, “as gravuras estão tão desbotadas que só são visíveis por cerca de 90 minutos pela manhã”. A pesquisa também encontrou ferramentas usadas na confecção das obras, além de vestígios que indicam a importância da região como área de fontes de água após a Era Glacial.

Os estudos indicam que os camelos retratados eram selvagens, já que a domesticação ocorreu apenas 3.200 anos atrás. A análise sugere que as esculturas poderiam marcar rotas de viagem e pontos de água, além de transmitir memória intergeracional sobre o território. Para Guagnin, o esforço para criar as imagens em penhascos elevados mostra o valor simbólico da obra: “Talvez haja alguma credibilidade em ter seu trabalho exposto em um local realmente difícil”.