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Escuta telefônica de milicianos estava suspensa durante encontro com ex-assessores de Flávio Bolsonaro

Flávio Bolsonaro. Foto: Wikimedia Commons

De Italo Nogueira na Folha de S.Paulo.

Familiares e pessoas ligadas ao miliciano Adriano da Nóbrega estavam com o monitoramento telefônico da polícia interrompido no mesmo período em que houve o encontro com ex-assessores do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), em dezembro de 2019.

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Os alvos da Operação Gárgula, que mirou a lavagem de dinheiro e a estrutura de fuga do miliciano, ficaram 28 dias fora das escutas, entre o dia 15 de novembro e 12 de dezembro daquele ano.

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Foi neste intervalo que Márcia Aguiar, mulher de Fabrício Queiroz, e Luis Botto Maia, advogado de Flávio, se encontraram com a mãe do miliciano e ex-assessora do senador, Raimunda Veras Magalhães, numa cidade do interior de Minas Gerais.

Os três estiveram juntos nos dias 3 e 4 de dezembro, segundo a investigação sobre o suposto esquema de “rachadinha” no antigo gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa.

Trocas de mensagens apreendidas no celular de Márcia na investigação da “rachadinha” indicam que o objetivo do encontro era estabelecer contato com Adriano, em fuga sob acusação de comandar uma milícia. Elas também sugerem que Júlia Lotuffo, namorada do miliciano, também participou do encontro.

O método de contato com o miliciano foi confirmado pela investigação da Operação Gárgula. Escutas apontam que Adriano exigiu que todos adotassem uma técnica chamada ponto-a-ponto, na qual mantinham aparelhos exclusivos para falar com ele.

O encontro em Minas Gerais foi uma das razões para a prisão de Queiroz, apontado como operador financeiro da “rachadinha”. A medida foi revogada recentemente.

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