Especialista russo acredita que alinhamento total de Bolsonaro aos EUA prejudica o Brasil
A agência russa de notícia, Sputinik, ouviu especialistas sobre a saída dos médicos cubanos do programa mais Médicos. Para um deles, pareceu mais um processo de expulsão, dado que resultado da retórica hostil de Jair Bolsonaro.
Na opinião do economista Aleksandr Chichin, diretor da Faculdade de Ciências Econômicas e Sociais da Academia da Economia Nacional e Serviço Público junto à Presidência da Rússia, as motivações de Jair Bolsonaro sobre a alegada ausência da democracia em Cuba como completamente “inventadas”, tendo acabado por levar ao fim do programa, que afetará quase 30 milhões de pessoas.
O especialista também viu paralelo na política de desmantelamento do processo de paz com Cuba iniciado por Barack Obama pelo atual presidente americano Donald Trump, dado que a equipe de Bolsonaro evidentemente terá uma inclinação mais pró-estadunidense.
“De repente, ele [Bolsonaro] também tem algumas reclamações contra Cuba, que serviu ao povo brasileiro de boa fé na época em que Lula e Dilma Rousseff realizavam seus projetos sociais, quando eles tiraram o Brasil da lista dos países mais pobres”, opinou ele ao serviço russo da Rádio Sputnik, assinalando que os médicos cubanos, tendo sido ensinados ainda pelos especialistas soviéticos, continuam sendo um dos mais qualificados no mundo.
“Claro que, de aliado, este país [Brasil] agora se torna em um propagador da política anticubana dos EUA”, assegurou, afirmando que, se outrora alguém “tinha ilusões” sobre o futuro rumo de Jair Bolsonaro, agora “ficou tudo evidente”.
Para ele, a política de alinhamento total aos interesses americanos pode se reverter em prejuízos ao povo brasileiro.