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Espécie rara: dragão azul encontrado morto em praia do litoral de SP causa espanto

O “dragão azul”, encontrado na Praia do Guaraú, em Peruíbe (SP). Foto: Reprodução/ Gemany Caetano

No litoral de São Paulo, um exemplar da rara espécie Glaucus atlanticus, popularmente conhecida como dragão azul, foi encontrado morto na praia do Guaraú, em Peruíbe. O registro foi feito pela bióloga Gemany Caetano, pesquisadora da USP, que destacou a importância do achado para a ciência e para a conscientização ambiental.

Com apenas cerca de 3 cm de comprimento, o dragão azul apresenta uma coloração azul-metalizada vibrante e possui tentáculos carregados de toxinas poderosas, adquiridas de suas presas — como a caravela-portuguesa. O animal não produz seu próprio veneno, mas armazena o dos cnidários que consome.

O molusco é uma criatura pelágica, adaptada à vida em alto-mar. É comum encalhar quando correntes e ventos o levam até a costa, onde não consegue sobreviver: a exposição ao sol e ao vento provoca desidratação e morte rápida.

Apesar do porte diminuto, o dragão azul representa um risco real: ao tocar em seus tentáculos, mesmo em um animal já morto, as toxinas podem causar queimaduras fortes, dor intensa, inflamação e reações alérgicas — o que torna essencial evitar o contato e alertar autoridades ou pesquisadores. O registro permite aprofundar o conhecimento sobre a biodiversidade oceânica e possíveis impactos das mudanças climáticas e das correntes marítimas na distribuição de espécies.