‘Espero que militares contenham Bolsonaro’, diz ex-ministro da Justiça de FHC
Do Uol

Para o ex-ministro da Justiça e novo presidente da Comissão Arns, José Carlos Dias, o comportamento do presidente Jair Bolsonaro (PSL) faz um alarme soar. Em sua opinião, o pesselista “orquestra o ódio”, provoca o risco de aumento da violência e até de implantação de um regime autoritário no país.
“Ele está estimulando o ódio entre pessoas, entre grupos, entre entidades. Isso é perigoso. Temos o risco de ter uma ditadura incentivada por um homem que não vê quão importante é a manutenção da democracia”, afirma o jurista.
Ele se refere a declarações do presidente e ações do governo contra vítimas da ditadura militar, a defesa dos direitos humanos, a proteção ao meio ambiente, os territórios indígenas, produtos culturais e a imprensa. “Na campanha ele já deu demonstração do que era, mas não imaginava que chegasse a tanto”, comenta Dias, que foi ministro da Justiça entre 1999 e 2000, no governo Fernando Henrique Cardoso (PSDB).
A preocupação fez a Comissão Arns articular com outras entidades da sociedade civil a realização de um encontro chamado de “Mesa Nacional de Diálogo Contra a Violência”, marcado para amanhã, na sede da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), em Brasília.
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Para ele, os militares que atuam no governo e as Forças Armadas “estão mais serenos” do que Bolsonaro. “A minha esperança é que eles contenham o presidente”, afirma.
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