Esquerda volta ao poder no Chile com Bachelet
A líder socialista Michelle Bachelet voltou à presidência do Chile neste domingo, após uma vitória folgada no segundo turno sobre a conservadora Evelyn Matthei, candidata do atual presidente Sebastián Piñera.
Menos de duas horas após o fechamento das urnas, a economista Evelyn Matthei, de 60 anos, reconheceu a vitória da rival. “Está claro. Ela ganhou. Dou parabéns”, disse.
Com 99,75% das urnas apuradas, Bachelet aparecia com 62% dos votos, contra 37% de Matthei. O presidente Piñera telefonou a Bachelet para parabenizá-la.
“Muito além das diferenças, queremos o melhor para o Chile”, disse Piñera. As eleições foram marcadas pelas abstenção, com apenas 41% dos eleitores votando – o voto é facultativo no país.
A vitória de Bachelet, pediatra de 62 anos, marca o retorno da esquerda à presidência do Chile, após quatro anos de governo de centro-direita de Sebastián Piñera, aliado de Matthei. A líder socialista encontra um país diferente do que assumiu em 2006, à frente da Concertação, coalizão de esquerda que governou o Chile por duas décadas.
Nos últimos dois anos, o Chile se viu envolto em uma série de revoltas estudantis que evidenciaram o descontentamento da população chilena com as políticas econômicas e sociais do país.
As manifestações pela reforma do sistema educacional provocaram os maiores protestos no país desde o movimento pelo fim da ditadura do general Augusto Pinochet (1973-1990).
Bachelet fez da reforma da educação uma de suas principais bandeiras de campanha. Quatro líderes estudantis se lançaram como candidatos na coalizão de esquerda e foram eleitos, dando força às reformas prometidas por Bachelet, que defendeu a gratuidade da universidade pública, mas também representando um grande desafio para manter a coalizão unida.
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