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Estadão declara apoio a Covas e diz que Boulos tem “programa revolucionário”

Bruno Covas e o jornal Estado de S.Paulo. Foto: Wikimedia Commons/Divulgação

Do editorial do jornal O Estado de S.Paulo.

A eleição paulistana do próximo domingo terá, de um lado, o prefeito Bruno Covas, candidato à recondução, testado nas mais difíceis condições possíveis – uma pandemia e uma severa crise econômica –, e, de outro, Guilherme Boulos, um postulante ainda inexperiente na administração pública e que, ademais, representa um partido de esquerda que em seu programa propõe uma mudança imprudente de modelo econômico. Sendo assim, recomendamos o voto no prefeito Bruno Covas.

Não se trata apenas de entender que o melhor para a cidade de São Paulo é a continuidade da atual administração. O momento absolutamente delicado que vive nossa metrópole, bem como o resto do País, demanda um prefeito com alguma experiência e com os pés no chão. 

O tucano Bruno Covas mostrou essas qualidades, o que se reflete não somente nas pesquisas de intenção de voto que o colocam na liderança, mas principalmente no fato de que venceu em todas as regiões da cidade no primeiro turno. Além disso, seu governo vem há meses sendo bem avaliado pelos moradores da cidade, o que já não seria fácil em uma conjuntura normal, em se tratando da administração de uma das maiores e mais complexas cidades do mundo; no contexto de uma pandemia, ressalte-se, trata-se de uma façanha a ser devidamente reconhecida.

É preciso igualmente reconhecer que o desafiante de Bruno Covas, Guilherme Boulos, do PSOL (Partido Socialismo e Liberdade), mostrou-se amadurecido. Deixou de lado o figurino de agitador que marcou sua carreira como líder dos sem-teto de São Paulo para agregar apoio a seu projeto político, o que foi suficiente para se viabilizar como um candidato de esquerda competitivo numa cidade que desde as eleições de 2016 repudia fortemente o PT e tudo o que o lulopetismo representa.

Guilherme Boulos certamente será, assim, um nome forte da esquerda em disputas futuras, despontando como líder de uma reorganização dos partidos que até há pouco orbitavam o PT e Lula da Silva. No final das contas, esse deve ser seu papel na eleição do domingo que vem.

Coisa bem diferente, contudo, é pretender governar a cidade de São Paulo – em que uma persistente infestação de pernilongos é sem dúvida o menor dos problemas – sem ter qualquer experiência política e administrativa. Sua juventude – tem apenas 38 anos – não está em questão, pois o próprio Bruno Covas tem somente 40 anos. O problema é imaginar que São Paulo possa ser gerenciada somente na base do entusiasmado ativismo dos movimentos sociais e, principalmente, sob influência de um programa revolucionário.

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