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“Estamos pagando caro por ocupar o lugar da água”, diz geólogo sobre tragédia no RS

Enchente em Porto Alegre (RS). Foto: Gustavo Mansur/Governo do Rio Grande do Sul

Geólogo, doutor em Ecologia de Paisagem e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Rualdo Menegat aponta que as fortes chuvas e a catástrofe histórica no estado são causados por fatores como aquecimento global, pouco planejamento urbano e baixo investimento em infraestruturas contra cheias. Ele ainda é o organizador do “Atlas Ambiental de Porto Alegre”, publicado em 1998.

“Vamos gastar bilhões de reais para deixar funcional novamente a nossa vida aqui no Rio Grande do Sul: estamos pagando caro por ocupar o lugar da água”, afirmou Menegat em entrevista à GaúchaZH. O geólogo ainda diz que a tragédia atual foi uma “surpresa” apesar do histórico da capital gaúcha no enfrentamento de enchentes e inundações.

Ele avalia que as cheias atuais também são consequência da situação geográfica de Porto Alegre (RS), que fica no sopé do Planalto Meridional; da “desestruturação” do ecossistema local, que faz com que a água escorra mais rápido para os rios; a falta de uma infraestrutura adequada para proteger a população de inundações e a incapacidade da Defesa Civil de preparar a população para casos do tipo.

“Foram os pensamentos do século 19 e 20 – dos nossos pais, avós e bisavós – que nos trouxeram até aqui e que nos remeteram para essa situação. Não podemos usá-las para a nossa reconstrução. Isso seria insistir no erro”, prossegue Menegat.

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