Estudante de 17 anos cria projeto de distribuição de livros usando o Instagram

De João Gabriel Tréz no jornal O Povo.
“Desde muito cedo, minha relação com a leitura foi de amizade, troca, prazer, paixão. Acredito que ela é uma forma de escape para fugir de situações que a rotina nos coloca. É muito gratificante fazer com que jovens e crianças tenham esse mesmo desejo da leitura ser uma fonte inesgotável”, celebra Guilherme dos Reis, de 17 anos, aluno da Escola Estadual José de Alencar (Messejana) e apaixonado por literatura. A partir do período de isolamento social, o jovem procurou facilitar acesso a livros e informação a partir da criação do projeto “Doe Livros Fortaleza”. Além da ação, ele revela planos futuros de montar uma biblioteca comunitária no Ancuri, bairro onde mora, e de enveredar pelo jornalismo.
“Com o isolamento social, o acesso à escola e à informação ficou mais difícil. Pesquisando estatísticas e dados, vi que quase 30% da população não tinham acesso a internet. Ou seja, à informação. Fiquei me questionando: como esses jovens e estudantes vão fazer para prestar o vestibular, passar na escola?”, aponta Guilherme.
A importância que dá para a informação no processo de educação, ressalta, vem da paixão que nutre também pelo jornalismo. “Amo essa área e tenho certeza que vai ser a profissão da minha vida. Quando eu era pequeno, os professores faziam a dinâmica das profissões e perguntavam qual seria a de cada um. Todo mundo falava cantor, astronauta, e eu falava do jornalismo. É um chamado que eu tenho para essa área”, considera.
Juntando essas paixões, Guilherme decidiu agir. “Como o militante que sou”, afirma o estudante, que conta ter recebido o título de Jovem Agente de Direitos Humanos pela Ordem dos Advogados do Brasil – Ceará, “não podia ficar com braços cruzados esperando resposta do governo. Juntamente com duas amigas, decidimos criar esse projeto voltado para as pessoas que precisam e querem estudar, porém não têm os materiais adequados, ou simplesmente para aqueles apaixonados por literatura que precisam de livros e não têm”, explica.
O projeto hoje soma mais de 10 voluntários e se dá especialmente a partir da conta no Instagram, @doelivros_fortaleza.
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