Estudante diz ter sido espancada pelo senador Telmário Mota até desmaiar
A estudante Maria Aparecida Nery Neto, de 19 anos, foi à polícia para registrar um boletim de ocorrência contra o senador Telmário Mota (PDT/RR), de 58. Segundo contou às autoridades, o parlamentar teria dado chutes e socos até que ela desmaiasse. A jovem afirmou ter mantido relacionamento com o acusado durante três anos e meio e relatou que vinha sofrendo ameaças de morte.
O crime teria acontecido durante uma reunião com a família da moça, por motivos de ciúme. Segundo a jovem, Telmário Mota tampou sua boca para que não conseguisse pedir ajuda. Às 4h, quando acordou, Maria Aparecida falou com parentes sobre as agressões.
Ela foi à delegacia cinco dias mais tarde. Depois, ainda tentou retirar a queixa, mas crimes de violência contra a mulher são incondicionados, o que significa que o processo ocorrerá independentemente do desejo da vítima.
De acordo com a titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam), delegada Verlânia Silva de Assis, a violência foi confirmada por exame de corpo de delito que apontou “múltiplas lesões”.
Por se tratar de um senador com foro privilegiado no Supremo Tribunal Federal, as acusações foram encaminhadas para a Procuradoria-Geral da República (PGR) no último dia de maio. A defesa do parlamentar foi intimada a prestar esclarecimentos em 22 de junho.
Ao final das primeiras apurações, o procurador Rodrigo Janot deve decidir se pede abertura de inquérito ou não. O senador nega as acusações e diz ter um documento da Delegacia-Geral da Polícia Civil de Roraima que mostra que não há nenhum termo circunstanciado, boletim de ocorrência ou inquérito em seu nome no estado.