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Estudo do Instituto para Internet de Oxford associa polarização a ‘notícias distorcidas’

Reportagem de Beatriz Bulla no Estado de S.Paulo informa que apoiadores do candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro, são os que compartilham maior número de fontes de informação falsa ou de baixa qualidade – as “junk news” ou notícias distorcidas – relacionada às eleições no Twitter, rede social em que ele tem o maior engajamento político. Do outro lado, os apoiadores da candidatura do PT são os que publicam maior volume de informação falsa, ainda que concentrada em menor quantidade de fontes. Essas são as conclusões de um estudo do Instituto para Internet de Oxford, obtido pelo Estado, que será divulgado nesta sexta-feira, 5.

De acordo com a publicação, a pesquisa analisa o compartilhamento de notícias de conteúdo político no Twitter no cenário pré-eleitoral brasileiro. As fontes classificadas como “junk news” na pesquisa são publicações com ao menos três dos cinco critérios estabelecidos pelos pesquisadores, que incluem falta de profissionalismo; estilo emocional; problema de credibilidade e informação falsa; enviesamento ideológico; ou falsificação de marcas e fontes para deixar conteúdo produzido com aparência de verdadeiro. Os estudiosos analisaram as “junk news”, que tiram de contexto um assunto para transmitir outra mensagem. Isso inclui não só notícias falsas, mas publicações excessivamente polarizadas com intuito de confundir o leitor, por exemplo, sem indicar a autoria.

Do total do espectro de fontes de junk news monitorado, 81% são compartilhadas por apoiadores de Bolsonaro. Atrás vêm os apoiadores da candidatura do PT, que usaram 54% das fontes, de Geraldo Alckmin (24%), do PSDB, e Ciro Gomes (8%), do PDT. Com relação ao volume de compartilhamento, os apoiadores do PT respondem por 65% do total do conteúdo de baixa qualidade. Em seguida estão os apoiadores de Bolsonaro, com 27%. Na pesquisa, hashtags ligadas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao candidato Fernando Haddad são contabilizadas como apoiadores do PT, pois a análise foi feita antes da negativa final do registro de Lula como candidato e a oficialização de Haddad na cabeça da chapa. A pesquisa analisou tuítes com hashtags vinculadas às eleições entre 19 e 28 de agosto, completa o Estadão.

Jair Bolsonaro e Fernando Haddad (Nelson Almeida/AFP – Ulisses Dumas/Divulgação)