Apoie o DCM

Estudo que indica eficácia da ivermectina não é confiável

Ivermectina

Do UOL:

Um estudo publicado no periódico científico Research Square indica que a ivermectina, remédio geralmente usado no combate de piolhos, pode reduzir risco de morte em até 75% para pacientes infectados pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2). A pesquisa, no entanto, tem problemas. “É tão mal feito que não dá para tirar qualquer conclusão, o que os próprios autores reconhecem no fim do artigo”, aponta Marcio Sommer Bittencourt, cardiologista no Hospital Universitário da USP e editor do periódico científico Circulation: Cardiovascular Imaging.

Como o estudo foi feito

O estudo é uma meta-análise, o que significa que primeiro é feita a coleta de forma sistemática de todos os dados disponíveis —sem quaisquer filtros específicos. Depois, a equipe avalia a qualidade deles para checar se é suficientemente boa (seguindo os critérios científicos) e com dados homogêneos. Se a resposta for positiva, junta-se todas as pesquisas e os cientistas realizam uma análise para ver se os diferentes estudos —muitas vezes feitos em países variados e com pessoas de perfis distintos— são compatíveis (em questão de método de pesquisa) e se as conclusões de cada um concordam entre si. Se é o caso, a conclusão pode ser considerada robusta e indicar um caminho a seguir. (…)

O que determina se o estudo é bom?

Para que a eficácia de um medicamento seja testada, o ideal, explica o pesquisador, é que o estudo feito seja do tipo duplo-cego randomizado. Isso significa que os pacientes são sorteados para grupos que vão tomar a droga ou um placebo (como um comprimido de farinha, que não causa nada), e nem o voluntário nem o pesquisador sabem para qual cada um foi designado, para evitar enviesamento.

(…)

Leia também: Médicos de MG dizem que famílias inteiras morreram por tratamento precoce