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Estudo revela se cérebros de psicopatas são diferentes

Anthony Hopkins como Hannibal Lecter em “O Silêncio dos Inocentes”. Foto: reprodução

Pesquisadores identificaram diferenças estruturais no cérebro de indivíduos diagnosticados com transtorno de personalidade antissocial (psicopatia), segundo estudo publicado na revista European Archives of Psychiatry and Clinical Neuroscience. Utilizando ressonância magnética e a Escala Hare (PCL-R), os cientistas analisaram 39 homens psicopatas, comparando-os a um grupo controle.

Os resultados mostraram que aqueles com pontuações altas no fator 2 da escala, relacionado a comportamento impulsivo e antissocial, apresentaram reduções significativas em áreas como o tálamo, córtex insular e gânglios da base, regiões cruciais para o controle comportamental.

“A comparação revelou um volume cerebral total 1,45% menor em psicopatas”, explicaram os autores. Curiosamente, poucas diferenças foram encontradas no cérebro daqueles com altas pontuações no fator 1 (traços interpessoais/emocionais). O estudo sugere que as alterações estruturais podem estar mais ligadas aos aspectos comportamentais da psicopatia do que aos traços de personalidade.

O transtorno de personalidade antissocial é caracterizado por um padrão de desrespeito aos direitos alheios, com atos ilegais ou exploratórios sem remorso. A pesquisa buscou entender se há marcadores biológicos associados a essas características. Os cientistas destacam que o pequeno número de participantes (39 psicopatas) é uma limitação, e novos estudos são necessários para confirmar se essas diferenças cerebrais são hereditárias ou influenciadas por fatores ambientais, como traumas na infância.