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“Estupro, para Bolsonaro, é merecimento”, diz Milly Lacombe

Jair Bolsonaro – Foto: EVARISTO SA/AFP

Nesee sábado (8), a colunista do portal UOL Milly Lacombe publicou um artigo no qual destaca “aberrações” por trás do pensamento do candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) e a exaltação que o presidente faz ao estupro:

(…) Em 2003, Bolsonaro disse a uma colega de trabalho no salão verde da Câmara dos deputados, depois de um bate-boca, a seguinte frase: “eu só não te estupro porque você não merece”. (…)

Em uma declaração de nove palavras, Bolsonaro faz um elogio ao crime de estupro como nunca antes havia sido tentado por ninguém mais na vida pública – em nenhum país do mundo, nem mesmo nas ditaduras sanguinárias que obrigam mulheres a andarem de burca. (…)

Estupro, para Bolsonaro, é merecimento. (…) A colega, segundo ele, não merecia a deferência de ter a roupa arrancada, as pernas abertas, o corpo invadido pelo pênis rígido do poder masculino contra a sua vontade. (…)

Bolsonaro realmente acredita que algumas mulheres merecem – e outras não – serem estupradas. O merecimento aqui não é uma punição – o que já seria da ordem da barbárie. O merecimento, para ele, é elogio. Se você for avaliada por ele como gostosa, você é estuprável e ele poderia, se estivesse a fim, te conceder esse privilégio do estupro. Não surpreende. (…)

Bolsonaro tem como herói de vida um torturador que levava crianças para ver suas mães serem estupradas. (…) O nome do monstro comprovado terrorista é Brilhante Ustra e Jair Bolsonaro , sempre que pode, rende a ele homenagens. (…)

O mesmo Bolsonaro disse que perdeu a virgindade comendo galinhas. (…) A galinha, um ser vivo e indefeso, foi arregaçada por um jovem Bolsonaro que queria gozar. É essa a masculinidade que Jair Bolsonaro exalta. Para Bolsonaro, no mundo há apenas o homem branco e seus desejos e, depois dele, todo o resto. Mulheres e galinhas numa mesma prateleira de bestialidade. (…)

A masculinidade que Bolsonaro defende assim nos enxerga. Somos propriedades. Essa é a ideia de sociedade que Bolsonaro defende: a mulher submissa, o homem soberano. (…) O menino é o do “saco roxo”, “vai ser pegador”, “olha o tamanho do pau”. A menina é a fraquejada, nessa ninguém vai tocar, fecha as pernas, dê-se ao respeito, garota. (…)

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