Ethiopian 691: o voo em que piloto desafiou sequestradores e pousou avião sem combustível no mar

O voo Ethiopian 961, sequestrado em 23 de novembro de 1996, terminou com um pouso forçado no mar próximo às Ilhas Comores após o comandante Leul Abate enfrentar três sequestradores que exigiam voar até a Austrália – rota impossível devido ao pouco combustível. Durante horas, o piloto tentou negociar escalas para reabastecer, mas foi constantemente ameaçado. Sem alternativas, desviou o avião para a costa africana e, ao perceber que os motores estavam prestes a parar, alertou os passageiros: “Já perdemos um motor, e peço a todos que reajam aos sequestradores”.
Quando o combustível acabou, Leul avistou uma praia e tentou um pouso de emergência na água. A velocidade elevada e o impacto contra um recife fizeram o Boeing 767 se despedaçar. Dos 175 a bordo, 125 morreram, a maioria por afogamento ou politraumatismo. Entre os sobreviventes estavam o comandante, o copiloto e o diplomata americano Franklin Huddle. Testemunhas e mergulhadores locais ajudaram no resgate, transformando a praia em um improvisado hospital.
A investigação concluiu que não havia bomba, apenas uma garrafa de uísque embrulhada. O caso revelou falhas de segurança da época, motivando mudanças internacionais, como portas reforçadas nas cabines e controles mais rígidos de passageiros e bagagens. Até hoje pouco se sabe sobre os sequestradores, oficialmente descritos como dois desempregados e um enfermeiro.