Apoie o DCM

“Eu quis fazer”, diz médica que desafiou hospital ao aplicar nebulização com cloroquina

Da Revista Época:

A nebulização com hidroxicloroquina acabou em conflito entre a direção de um hospital no Rio Grande do Sul e uma médica do pronto-socorro da unidade, que decidiu iniciar por conta própria o tratamento experimental e acabou demitida. A história ganhou repercussão nacional no último domingo (21) após o presidente Jair Bolsonaro ligar para a principal rádio do município e prestar solidariedade à médica Eliane Scherer.

A profissional fez o tratamento com nebulização em ao menos seis pacientes do Hospital Nossa Senhora Aparecida, na cidade de Camaquã. Em seu primeiro pronunciamento sobre o caso, numa entrevista à rádio local Acústica FM concedida nesta quarta (24), Eliane mencionou a evolução do quadro de saúde de dois pacientes após efetuar as nebulizações com hidroxicloroquina.

Diante da afirmação de Eliane, a direção do Hospital Nossa Senhora Aparecida comunicou que outros três pacientes submetidos à nebulização de hidroxicloroquina diluída em soro morreram nos últimos dias. A hidroxicloroquina integra o receituário médico do Hospital Nossa Senhora Aparecida. O que motivou a crise interna foi o uso do remédio de uma forma distinta da indicada pelo fabricante.

Antes de iniciar o primeiro procedimento, ela foi alertada por um colega que se tratava de uma medicação com o uso vetado naquela unidade. Por conta própria, ela comprou o medicamento em uma farmácia e, mesmo sem autorização, nebulizou o paciente.

O diretor do hospital acrescentou que, seja por uma ação benéfica ou nociva, não há como avaliar o efeito do tratamento experimental com nebulização de hidroxicloroquina sob os cuidados de Eliane Scherer. “Os que se salvaram não estavam em estado crítico. Os que morreram estavam.”