Eurodeputados pressionam empresas europeias por impactos de Belo Monte
A polêmica sobre a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte chegou até o Parlamento Europeu.
Deputados do Partido Verde Europeu querem que as empresas europeias envolvidas na construção da obra também assumam a responsabilidade sobre os impactos causados e sobre o cumprimento das condicionantes estabelecidas para a realização do projeto.
Nesta quinta-feira, uma conferência organizada pela bancada verde em Bruxelas debateu a construção de Belo Monte. Segundo a eurodeputada austríaca Ulrike Lunacek, vice-presidente da bancada, o objetivo é informar a opinião pública europeia sobre o tema e fazer com que as empresas envolvidas na obra, como a austríaca Andritz, a francesa Alstom e a alemã Voith, associadas à Siemens na entrega das turbinas, reconheçam responsabilidades e pressionem a Norte Energia, consórcio responsável pela obra.
“Essas empresas podem exigir que a Norte Energia ao menos cumpra as condicionantes. Isso também é responsabilidade delas”, afirma Lunacek.
A ideia da conferência surgiu após uma viagem ao Brasil feita por uma comissão do Partido Verde Europeu, para avaliar a situação atual da obra. “Voltamos preocupados. Faltam informações, há o desrespeito às condicionantes e mesmo assim as obras continuam”, disse Lunacek.
O impacto social é um dos pontos polêmicos de Belo Monte. Representantes de movimentos sociais e do Ministério Público afirmam que as comunidades atingidas não foram devidamente consultadas e informadas sobre os efeitos da obra.
Mais de 20 ações judiciais estão sendo movidas pelo MP contra Belo Monte. “Em todas as etapas de licenciamento houve ilegalidades”, afirma o procurador do Ministério Público do Pará, Felício Pontes.
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