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Ex-blogueiro da Veja, Constantino agora é também ex-colunista do Globo

Rodrigo Constantino explicou as razões do encerramento de sua coluna no Globo. A culpa é de Chico Buarque. Eu já sabia.

 

Recebi hoje uma ligação do editor do jornal O GLOBO com a notícia: nosso “casamento”, com mais de seis anos de duração, chegara ao fim. Motivos não foram apresentados – nem solicitados. Fica-se subentendida a razão desse desligamento, que não pode ter ligação com falta de audiência, já que minha coluna era, sem dúvida, bem lida.

Sou bastante grato ao espaço concedido pelo GLOBO, o primeiro da grande imprensa a me acolher e, com isso, ajudar em meu crescimento profissional. Minhas colunas começaram em 2009, e as principais se encontram no livro recente Contra a maré vermelha. O maior jornal carioca é, de fato, plural, e dá espaço para gente de toda matiz ideológica. Jamais fui pautado ou tive qualquer tipo de liberdade tolhida pelo editor. Nesse sentido, a decisão não chega a ser decepcionante, como foi a mudança de tom na VEJA, tida como mais combativa e ideológica.

Mas eu era, naturalmente, um estranho no ninho. Não apenas por ser liberal com viés conservador, pois dessa espécie há outros ali, e sim por ser o autor de Esquerda Caviar, que tem como alvo justamente os vários artistas globais poderosos dentro da emissora. Curiosidades: mesmo como “da casa”, nunca fui convidado para um programa de entrevistas, à exceção de uma rápida na GloboNews sobre economia, e o Segundo Caderno jamais citou meu nome ou algum livro meu. Nem mesmo o que celebrava cinco anos de colunas nele!

(…)

Direito deles, claro. Defendo a propriedade privada e o livre mercado. Se bem que no Brasil, nesse setor, não há tanto isso. Sabemos da pressão que o governo exerce, que os sindicatos exercem, que os próprios artistas exercem. A turma de Chico Buarque conseguiu mais uma vitória, sem dúvida. Devem estar celebrando a minha saída. Mas não pensem que a guerra foi vencida. Ela só termina quando termina.