Empresas ligadas a ex de Bolsonaro podem ter sido usadas para ocultar dinheiro, diz MP
Sete empresas relacionadas a Ana Cristina Bolsonaro tiveram seus sigilos bancários e fiscal quebrados. As contas pessoais da ex-esposa do presidente Jair Bolsonaro também fazem parte da operação. A decisão é da Justiça do Rio de Janeiro.
O MP acredita que as empresas foram usadas para ocultar dinheiro de suposta prática de rachadinha. O dinheiro pode ter saído do gabinete do vereador Carlos Bolsonaro. Ana foi chefe de gabinete do filho do presidente de 2001 a 2008. A informação é do G1.
Nesta semana, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro ordenou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Carlos Bolsonaro. O vereador do Rio é investigado em inquérito sobre contratação de funcionários “fantasmas” no gabinete dele. Outras sete empresas e 26 pessoas também tiveram os sigilos quebrados.
É a primeira vez que o MP-RJ aponta possível esquema de “rachadinha” no gabinete de Carlos. O pedido foi feito pelo Ministério Público à Justiça. Eleito pela primeira vez em 2001, o vereador está em seu sexto mandato. Durante esse período, ele já nomeou dezenas de pessoas.
O regulamento da Câmara diz que os assessores precisam cumprir jornada de trabalho de 40 horas semanais. Só que há indícios que vários desses assessores não cumpriam o expediente. Por conta disso, eles podem ser considerados funcionários “fantasmas”.
A investigação começou em 2019 e agora os promotores apontam possibilidade de prática de “rachadinha” no gabinete do filho do presidente. A quebra dos sigilos é para saber se houve contratação de funcionários fantasmas.
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Ana Cristina e as empresas
Ela tinha participação de 90% da empresa Valle Ana Consultoria e Serviços de Seguros Ltda. O MP diz que mais da metade dos débitos da conta bancária eram em saques de dinheiro em espécie. O valor totaliza mais de R$ 1,1 milhão.
Já a empresa Totalvox Comunicações, o Coaf declarou que as movimentações são incompatíveis com a capacidade financeira declarada”.
Carlos Bolsonaro e seu irmão Flávio
A família Bolsonaro é alvo de várias investigações da Justiça. De rachadinha, não é a primeira vez. O senador Flávio também é alvo das autoridades por suposto esquema de rachadinha no período que era deputado.
Ele se diz inocente, mas tem tentado travar as investigações o tempo todo. Assim como seu pai. Antes crítico do fórum privilegiado, agora o senador tem usado a “arma” para se proteger da Justiça.
Muito dinheiro
O MP suspeita que Carlos manteve e usou grandes quantias de dinheiro vivo ao longo dos seus mandatos. E ainda apontou três práticas. Em 2003, ele pagou R$ 150 mil em espécie na compra de um apartamento na Barra da Tijuca.
Em 2009, ele entregou R$ 15 mil, também em dinheiro vivo, para pagar um prejuízo que acabou tendo em ações da bolsa de valores. Já no ano passado, declarou ao TSE ter R$ 20 mil em espécie guardados em casa.
No relatório do pedido da quebra de sigilo, há uma citação de um relatório do COAF apontando duas operações suspeitas envolvendo o filho do presidente.
Lavagem de dinheiro e núcleos envolvidos
O MP ainda aponta possível lavagem de dinheiro e seis núcleos envolvidos no esquema. O vereador se defendeu e disse que vai prestar qualquer esclarecimento à Justiça.