Ex-candidata bolsonarista é acusada de pagar harmonização facial com fundo eleitoral

A bolsonarista Silvia Waiãpi (PL) é acusada de usar o fundo eleitoral para pagar harmonização facial. O Ministério Público Eleitoral do Amapá pediu a reversão de sua vitória nas urnas. A informação é da Folha de S.Paulo.
O procurador Pablo Beltrand diz que há uma transferência bancária da ex-coordenadora de campanha da bolsonarista a uma clínica estética que “demonstra a intenção de legitimar o gasto com procedimento estético como se de campanha fosse”.
O MPE pediu a quebra de sigilo bancário da ex-candidata e a “negação de expedição de diploma ou a cassação de eventual diploma já outorgado”. Na ação julgada pelo órgão, Waiãpi afirma que o PL não a enviou o material de campanha porque ela recusou apoiar Davi Alcolumbe. Ela também disse que a sigla repassou menos dinheiro do fundo eleitoral para ela e outras duas candidatas no estado.
A denúncia sobre o uso irregular dos recursos públicos foi feito por Maite Martins, sua ex-coordenadora de campanha. Ela diz que encontrou a então candidata numa clínica estética após pedido para que o procedimento fosse pago com verba do fundo eleitoral.
“Olhei para ela: ‘Silvia, tu tem certeza?’, porque ela entendeu que eu estava falando a respeito da questão do fundo partidário”, relatou Martins ao MP. Em seguida, a ex-assessora complementou: “Ela falou: ‘Não tem como te pagar, só recebo dia 5, então paga, depois a gente se resolve’”, relatou.
A ex-coordenadora apresentou comprovantes bancários e mostrou que no dia do procedimento Waiãpi recebeu R$ 100 mil do fundo eleitoral, segundo o MPE. O valor da harmonização facial foi de R$ 9 mil, segundo a denúncia.
O órgão ainda diz que o procedimento foi pago com nota fiscal “inverídica” e o valor apresentado junto de gastos com gasolina e divulgação de campanha.
Wiãpi foi eleita deputada federal pelo Amapá com 5.435 votos.