Ex-dirigente do PC chinês, Bo Xilai pega prisão perpétua
O ex-dirigente chinês Bo Xilai foi sentenciado neste domingo (22/09) à prisão perpétua, considerado culpado das acusações de desvio de fundos, aceitação de subornos e abuso de poder.
Aos olhos dos defensores do regime, a condenação de um dos mais populares políticos do país evidencia o prometido empenho da nova liderança chinesa em combater a corrupção, um dos mais frequentes motivos de descontentamento popular. Aos olhos dos críticos, é um caso de perseguição política.
Antigo membro do politburo do Partido Comunista e ex-líder da organização em Chongqing, o maior município da China, Bo Xilai, de 64 anos, é o mais alto líder chinês condenado por corrupção desde que o atual presidente, Xi Jinping, assumiu o cargo de secretário-geral, em novembro.
A corte estipulou prisão perpétua por corrupção passiva, uma pena de 15 anos de prisão pelo desvio de fundos e sete anos por abuso de poder, além do confisco das propriedades pessoais do ex-dirigente e a cassação por toda a vida de seus direitos políticos.
Em junho passado, o ex-ministro chinês de Ferrovias, Liu Zhijun, grande impulsionador do programa de alta velocidade ferroviária, foi condenado à morte com pena suspensa por dois anos, uma sentença normalmente comutada em prisão perpétua.
Outros altos quadros do Partido Comunista, que ocupavam postos de ministro ou vice-ministro, foram presos nos últimos meses por suspeita de corrupção. Entre eles, o ex-presidente de uma comissão que supervisiona o patrimônio de mais de uma centena de grandes empresas estatais.
O julgamento de Bo Xilai foi considerado pela imprensa oficial chinesa “o mais transparente” já realizado no país, sendo saudado como “um grande passo adiante na promoção da justiça” e uma demonstração de que “ninguém está acima da lei”.
A mídia oficial chinesa considera “muito provável” que os advogados de Bo Xilai recorram, para o que têm prao de dez dias. Analistas acreditam, entretanto, que as instâncias superiores dificilmente mudarão a sentença, devido à pouca independência do judiciário chinês.
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