Ex-jogador do Botafogo que matou mulher apresentou alterações motoras, diz IML

O ex-jogador Luan Plácido Moreira da Costa, de 21 anos, apresentou dificuldades de equilíbrio no Teste de Romberg, realizado no Instituto Médico Legal (IML), após atropelar quatro pessoas em Vargem Pequena, Zona Oeste do Rio, na sexta-feira (8). Uma das vítimas, Ariane de Carvalho da Silva, de 51 anos, morreu no Hospital Lourenço Jorge; outra está em estado grave e dois ciclistas tiveram alta. O laudo não detectou álcool, mas registrou alterações psicomotoras e a recusa do atleta em fazer exame de urina, que poderia indicar uso de drogas ou entorpecentes.
Segundo o documento, Luan apresentou “marcha titubeante” e “coordenação motora perturbada” durante o exame. Ele afirmou não ter consumido álcool ou drogas, mas admitiu o uso dos medicamentos controlados Zolpidem e Alprazolam (Xanax). Durante a avaliação, teria xingado a perita, precisou ser algemado e já havia agredido policiais, tentado pegar a arma de um deles e quebrado o vidro de uma viatura. Preso em flagrante, foi liberado após pagar fiança de R$ 3 mil.
A família de Ariane afirma que câmeras de segurança mostram o ex-jogador em alta velocidade e avançando o sinal vermelho antes de subir na calçada e atingir as vítimas. O delegado Alan Luxardo, da 42ª DP, disse que as circunstâncias, como a velocidade do veículo, ainda estão sob apuração. Ariane havia acabado de deixar o filho de três anos na creche quando foi atingida. “Ontem ele foi dormir na sua cama quentinha, enquanto o filho da minha irmã chorava chamando pela mãe”, disse Adriana Carvalho, irmã da vítima.
Luan Plácido foi indiciado por homicídio culposo, lesão corporal culposa, lesão corporal dolosa (contra policial militar), desacato e dano ao patrimônio público. Sem vínculo com o Botafogo desde a base, o último contrato do jogador foi com o Boavista, rescindido em março de 2024. Ele também já atuou pelo Nova Iguaçu.