Ex-miliciano diz que não se arrepende da vida de crime: “Queria ter ficado mais rico”

Condenado a 18 anos de prisão por integrar a Liga da Justiça e atualmente solto, o ex-miliciano conhecido como Mister M afirmou que seu único arrependimento é não “ter ficado mais rico”. O grupo que integrava foi formado no início dos anos 2000 em Campo Grande, bairro da zona oeste carioca, e se tornou a maior milícia da cidade.
“Tinha o Batman, o Mão Leve, o Sem Alma. Eles eram justiceiros. Os moradores gostavam deles porque impediam que traficantes ficassem nas ruas, impediam roubos”, afirmou em entrevista à Folha de S.Paulo. Mister M, que prefere não revelar seu nome, fazia parte da logística da milícia.
Ele afirma que nunca matou ninguém, mas relata que “queria ter colocado mais a mão na massa e ter ficado mais rico”. O ex-miliciano agora está em liberdade e diz que não integra mais a Liga da Justiça, que, segundo ele, se sustenta por ter infiltrados nas polícias e no Poder Judiciário.
A milícia já foi comandada por um ex-integrante do tráfico de drogas, Carlos Alexandre Braga (o Carlinhos Três Pontes ou CL). Em 2015, ela passou a ser chamada de Milícia do CL, mas o líder foi morto em 2017 e tem passado por uma sucessão familiar, com Ecko (irmão de CL) e Zinho, que teria feito alianças com o Terceiro Comando Puro, facção de perfil similar ao da milícia.