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Ex-procurador suíço sugeriu sua própria contratação pela Petrobras para recuperar dinheiro desviado para a Lava Jato

Da Coluna de Jamil Chade no UOL:

Stefan Lenz. Foto: Werner Tschan/Divulgação

O ex-procurador suíço Stefan Lenz, que liderava as investigações contra a Petrobras e a Odebrecht na Suíça, sugeriu em carta de julho de 2016 para o procurador Orlando Martello, da Lava Jato, que a estatal brasileira o contratasse para ampliar a possibilidade de a empresa recuperar dinheiro desviado.

Lenz acenou com a proposta quando ainda ocupava o cargo no Ministério Público da Suíça e indicou que existiam investigações desconhecidas dos brasileiros que poderiam ser úteis.

A carta faz parte dos documentos obtidos pela defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a partir da liberação do STF (Supremo Tribunal Federal) —um trecho da mensagem foi incluída em uma comunicação da defesa do presidente ao STF, nesta semana. O documento teria sido salvo por Deltan Dallagnol, procurador que atuou como chefe da Operação Lava Jato.

“Eu nunca fui contratado pela Petrobras e nunca ajudei”, disse Lenz à coluna. “Não houve prática ilegal na troca de provas e informações entre mim e a equipe de Lava Jato.”

(…)

PS do DCM: Stefan Lenz foi demitido por suspeitas de encontros informais com a Lava Jato.

O ex-procurador-geral da Suíça, Michael Lauber, também foi acusado de ter mantido encontros informais com a força-tarefa.

Ele se demitiu no ano passado após ser revelado que esteve em encontros secretos com o presidente da Fifa, mesmo sendo alvo de um inquérito.