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Ex-servidor do TRT acusa procurador de Direitos Humanos de Bolsonaro de sequestro e tortura

Foto: Reprodução

Esta nota foi atualizada

Da Fórum:

O ex-servidor do Tribunal Regional do Trabalho da 18º Região, de Goiás, Esdras Emmanuel Sousa Góes, deu entrada na ouvidoria do Ministério Público Federal em uma manifestação contra o procurador Ailton Benedito de Souza, atual chefe da Secretaria de Direitos Humanos da PGR, por tortura e sequestro.

Góes afirma que sofreu perseguições em Goiás por denunciar um esquema de corrupção no interior do tribunal e que essas investidas aconteceram com a chancela de Benedito, então comandante do MPF em Goiás.

No texto ele afirma o seguinte: “O procurador da República Ailton Benedito […] participou do meu sequestro e tortura juntamente com alguns juízes […], com procuradores da república […] envolvidos no caso de Corrupção na Justiça do Trabalho de Goiás e com diversos delegados federais e policiais federais. O motivo foi que eu denunciei, com mais de 50 gravações e outros documentos comprobatórios, práticas de corrupção”.

O conteúdo do documento, que consta com “atendimento finalizado” na ouvidoria, também foi divulgado nas redes sociais do ex-servidor, em especial no canal de YouTube EESG.

Conservador e entusiasta a ditadura militar, Benedito foi nomeado para o posto na PGR pelo procurador-geral da República escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro, Augusto Aras. Antes da indicação ele já era famoso entre apoiadores do ex-capitão e chegou a ser indicado pelo governo para compor a Comissão Sobre Mortos e Desaparecidos Políticos, mas foi vetado pelo MP. (…)

Atualização

Em resposta à Revista Fórum, o TRT desmentiu as acusações. Segundo o TRT, todos os procedimentos adotados contra Esdras seguiram rigorosamente a legislação, com prazo para que o servidor recorresse da expulsão dos seus quadros – o que ele não fez segundo o tribunal.

O tribunal aponta que as atitudes que levaram à demissão do ex-servidor foram desídia (deixar de cumprir suas atribuições), insubordinação (desobediência a ordens de superiores hierárquicos) e ofensas infundadas à honra de magistrados e servidores. Antes de ser demitido ele recebeu 1 advertência e 2 suspensões, mas, segundo o TRT, seguiu com o mesmo comportamento.

Além disso, o TRT alega que as gravações de Esdras são descontextualizadas por ele e que “é importante dizer que, antes da conclusão do processo disciplinar, foi aberto incidente de insanidade para, diante de alguns comportamentos do servidor, avaliar sua saúde mental”.

Leia a resposta completa do TRT aqui.