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Executivo diz incomodar-se quando ouve que pessoas de direita não têm sensibilidade social

Fábio Barbosa

Fabio Barbosa, CEO da Natura, concedeu entrevista ao Estadão, publicada nesta quarta-feira (3), e nela disse que faz criticas às pessoas de  esquerda  “dizendo que elas não têm o monopólio de querer o bem da sociedade”.

O executivo, que já foi presidente do Santander no Brasil, é um dos signatários da Carta de apoio à Democracia e defende uma diferenciação entre o pensamento de direita, de pessoas que creêm no desenvolvimento da economia de mercado no  país, do pensamento de extrema-direita, que é conservadora também na pauta de costumes.

Na mesma entrevista, manifestou seu apoio à candidatura da emedebista Simone Tebet, por entendê-la como uma candidata “que tem uma visão sobre o desenvolvimento econômico”.

Confira trechos:

Como o sr. tem avaliado a reação do presidente Jair Bolsonaro a essa movimentação do empresariado?

O importante para nós, que assinamos o manifesto, é que ele não passasse despercebido. Acho que ele é relevante, e, com isso, é natural ter reações (negativas) por parte daqueles que defendem outro ponto de vista. Alguns empresários tinham medo de assinar o manifesto e parecer que estavam apoiando um determinado candidato, no caso o ex-presidente Lula. (…)

A polarização nas eleições está tirando espaço da discussão sobre o crescimento econômico do País?

Eu não estou vendo propostas (efetivas) de nenhum dos dois lados que estão à frente nas pesquisas. Faço parte de um grupo de pessoas que apoiam a candidatura da Simone Tebet, não como uma ideia de terceira via, mas como um nome que tem uma visão sobre o desenvolvimento econômico. Existem outros candidatos que estão buscando colocar as propostas. Devo dizer que o Ciro Gomes também faz suas propostas, eu concordando ou não, mas ele tem.(…)

O sr. já teve alguma conversa com Ciro Gomes?

Do grupo de empresários de que eu participo, não tivemos conversa de nenhuma sorte com Ciro Gomes, porque ele trabalha em outra linha. A nossa linha é pela orientação econômica liberal. Eu faço muita crítica ao pessoal da esquerda, dizendo que eles não têm o monopólio de querer o bem da sociedade. Eu, Simone Tebet e outras pessoas também queremos. Apenas entendemos que o caminho para se chegar a isso é um caminho em que você tem o investimento em educação e ciência. Com regras do jogo estáveis, com a busca de um ambiente favorável para que se criem empregos e a sociedade seja protagonista desse crescimento. Eu me incomodo muito com a crítica de que pessoas de direita, no sentido da orientação econômica, não têm sensibilidade, o que não é verdade.(…)