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Tropa de elite do Exército faz treinamento anti-esquerda para combater movimentos sociais

Soldados do Exército
A elite da tropa: Forças Especiais são responsáveis por operações de inteligência, incursão ao território inimigo e elaboração de planos de ação.Fotos: Reprodução/Academia Militar das Agulhas Negras

Reportagem do Intercept Brasil, publicada nesta terça-feira (7), mostra que o Exército realizou em 2020 um treinamento anti-esquerda. Candidatos a integrar a tropa de elite da força fizeram uma simulação em que tiveram de combater uma “organização armada clandestina”.

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O inimigo fictício surgiu, segundo o documento que apresenta o exercício, “de uma dissidência do Partido dos Operários”, o “PO”, que “recruta e treina militantes do MLT”, o “Movimento de Luta pela Terra”.

A ação, que levou o nome de Operação Mantiqueira, foi realizada em novembro de 2020 em Piquete, cidade do interior paulista. Funciona no município a sede da Imbel, a Indústria de Material Bélico do Brasil, estatal ligada ao Exército.

“O teor do exercício a que os oficiais do Exército submetem candidatos às suas Forças Especiais deixa claro que, passados quase 40 anos desde a redemocratização, a maior das três Forças Armadas não apenas segue a enxergar movimentos sociais e políticos de esquerda como inimigos – ela também está sendo treinada para combatê-los”, afirma o autor da matéria, Rafael Moro Martins.

O documento que traz os detalhes da operação pode ser visto neste link.

Exército gastou milhões no maior treinamento do ano

Forças Armadas gastaram cerca de R$ 54,6 milhões com a Operação Meridiano, o maior exercício militar do Brasil em 2021, diz Guilherme Amado no Metrópoles.

Essa iniciativa, que envolveu Exército, Aeronáutica e Marinha, aconteceu em outubro e novembro em quatro estados.

A operação foi dividida em três fases: a Poti, no Pará, sob o comando da Aeronáutica. A Dragão, no Rio de Janeiro e Espírito Santo, chefiada pela Marinha. E a Ibagé, que o Exército liderou no Rio Grande do Sul.

Mais cara delas foi a Ibagé, ao custo de R$ 22,4 milhões.

A Dragão custou R$ 22,1 milhões.

A de Poti teve despesa de R$ 10,1 milhões.

Participaram cerca de 5 mil militares, com mil viaturas, aviões e helicópteros. O treinamento contou com tiros de artilharia e demonstração de descontaminação nuclear e química.

Esses dados foram obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).

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