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Exército Brasileiro prepara jogo eletrônico de tiro e não esclarece gastos

Soldado americano atira contra inimigo no game Proving Grounds, da série America’s Army – Divulgação

De Igor Gielow na Folha de S.Paulo.

Um jogo de guerra patriótico, “com muita ação”. Mas nada de “sangue em demasia”, nem combates em favelas ou na praça dos Três Poderes.

Essa é a intenção do Exército Brasileiro, que quer criar um game próprio, o Missão Verde Oliva.

Ele adotará, se criado, o formato “shooter” (o atirador em primeira pessoa), consagrado por títulos como Rainbow Six e Counter-Strike.

A inspiração da iniciativa, que segundo o Estado-Maior do Exército visa “criar impressões positivas principalmente nas faixas de 16 a 24 anos”, veio dos Estados Unidos.

Lá, a série de jogos America’s Army foi lançada em 2002 pelo Exército para acesso online, gratuito.

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Procurado, o Exército afirmou que não há estimativa de custos da ação, coordenada por seu Centro de Comunicação Social.

Entre os objetivos está também a divulgação de assuntos de defesa, de programas estratégicos e “desenvolver atitudes favoráveis ao Exército”.

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O presidente é um entusiasta de games, além das armas de verdade. Logo após sua eleição, em 2018, foi fotografado dando uns tiros com o jogo “Fairpoint”, que emula realidade virtual.

No ano passado, o governo reduziu impostos sobre o setor, que movimentou o equivalente hoje a quase R$ 8 bilhões em 2018, segundo a consultoria especializada Newzoo –que calcula em cerca de 76 milhões os usuários no país.

A ação do Missão Verde Oliva, que poderá contar com até 15 mil jogadores online, ocorrerá em 2025 para evitar conexão com “o momento político atual” e não poderá opor os participantes.

Todos serão do Exército Brasileiro e combaterão um invasor fictício, que não poderá lembrar adversários reais.

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Se o projeto for aprovado, um desenvolvedor local será contratado por licitação na modalidade melhor preço e técnica. O Exército quer o game lançado até 2021.