Expectativa de vida na periferia de São Paulo é cerca de 23 anos mais curta

Reportagem da DW informa que paulistanos da periferia morrem até 23 anos mais cedo que moradores de áreas nobres, segundo o Mapa da Desigualdade. No extremo leste da metrópole, idade média ao morrer é menor que a expectativa de vida no Congo.
Os cidadãos que moravam e morreram nos arredores do Shopping Iguatemi, na região dos Jardins, viveram em média 81,58 anos, como se tivessem passado a vida num país como a Áustria.
Já aqueles que viveram na Cidade Tiradentes, extremo leste, não conseguiram nem mesmo alcançar a expectativa de vida que um cidadão da República Popular do Congo, um dos países mais pobres do mundo.
“Poucos indicadores explicitam com tanta clareza a desigualdade brasileira quanto a idade média ao morrer, que mostra que, dentro da maior cidade do Brasil, provavelmente a mais rica da América Latina, vive-se e morre-se com tanta disparidade em uma distância geográfica tão pequena”, diz Jorge Abrahão, coordenador da Rede Nossa São Paulo, responsável pelo Mapa da Desigualdade 2018.
Lançado nesta quarta-feira (28/11), o estudo faz um mapa amplo das diferenças profundas que separam as áreas ricas e pobres de São Paulo, cuja região metropolitana concentra mais de 10% da população brasileira. Para o levantamento, além da idade média ao morrer, foram compilados outros 52 indicadores, que revelam a profunda desigualdade existente na cidade.
“Todos os indicativos – de renda, de saúde, de educação – quando reunidos, mostram que são capazes de tomar mais de 23 anos de vida de um cidadão. É chocante”, afirma Abrahão.