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FAB transportou 14 ministros de Bolsonaro em voos com até três passageiros

O PRESIDENTE JAIR BOLSONARO (FOTO: EVARISTO SÁ/AFP)

De Juliana Castro e Marlen Couto no Globo.

Um dos motivos para o afastamento de Vicente Santini da Secretaria Executiva da Casa Civil pelo presidente Jair Bolsonaro, o uso de aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) por até três passageiros ocorreu em outras ocasiões no ano passado. Há casos em que apenas o titular da pasta estava no voo. Levantamento do GLOBO, a partir de registros da FAB de 2019, identificou 72 voos nacionais e oito internacionais, feitos por 14 ministros e três autoridades das Forças Armadas, nos quais havia até três passageiros a bordo.

Bolsonaro criticou a atitude de Santini, que, como interino na Casa Civil durante as férias do titular, Onyx Lorenzoni, usou um jato da FAB para voar até a Índia com dois acompanhantes, onde o presidente tinha agenda oficial. A aliados, o presidente reclamou do uso da aeronave para transportar apenas três passageiros e questionou se o secretário-executivo não poderia ter ido de voo comercial. Regulado por decreto, o deslocamento com aviões da FAB é permitido para ministros, vice-presidente da República, presidentes do Senado, Câmara e do Supremo Tribunal Federal (STF), e comandantes das Forças Armadas, sem restrições quanto ao número de passageiros.

Os registros apontam que, entre os ministros, apenas Ricardo Salles, do Meio Ambiente, fez voos internacionais com até três passageiros. Foram seis trechos. Ele foi sozinho ao Quênia em março, como informou o colunista Lauro Jardim, e voltou ao Brasil em um voo com três passageiros. Salles usou uma aeronave para ir e retornar de Buenos Aires, em maio, e fez uma viagem apenas de ida à capital dos Estados Unidos, ambas com outros dois passageiros. O ministro também retornou sozinho em março de Punta Arenas, no Chile.

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