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Faculdade tentou impedir médica de se formar após ficar tetraplégica

Daniela, médica e líder em Saúde Ocupacional, sorri em meio à natureza enquanto se locomove em cadeira de rodas motorizada – Foto: Reprodução

Após sofrer um acidente de carro em 2006, a então estudante de medicina Daniela ficou tetraplégica e enfrentou uma série de barreiras para continuar seus estudos. Ela chegou a ouvir do reitor da universidade que não poderia se rematricular no curso, mas conseguiu retornar após uma decisão judicial. Mesmo com as limitações físicas, seguiu determinada e enfrentou o preconceito dentro da própria faculdade, ouvindo de professores que a medicina “não era para ela”.

Durante o processo de reabilitação, Daniela passou meses em tratamento em centros especializados e buscou até terapias experimentais com células-tronco na China. Segundo ela, a principal transformação foi psicológica. “É mais fácil reaprender a fazer xixi do que encarar a nova vida”, afirma.

Hoje, aos 39 anos, a médica atua como líder em Saúde e Medicina Ocupacional em uma multinacional e defende a inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Ela critica a falta de preparo nas universidades para lidar com a diversidade e reforça que acessibilidade não é luxo, mas necessidade. “A inclusão não é perfumaria, é um caminho sem volta”, diz.