Família de vítima no Jacarezinho denuncia marcas de cortes em corpo

De Rafael Nascimento de Souza no Jornal Extra.
Parentes relatam que pessoas mortas durante a operação policial na favela do Jacarezinho (Zona Norte) na última quinta-feira (6) tinham marcas de cortes em seus corpos. As famílias acusam agentes de terem desferido golpes de facadas contra vítimas. Ao todo, 25 pessoas morreram durante a operação.
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Um dos casos, apontam os familiares, é o de Francisco Fábio Dias Araújo, de 25 anos. Ele estava na casa onde pelo menos 10 homens estavam abrigados na localidade conhecida como Beco da Zélia. A família diz que uma parte fugiu e outros foram mortos depois de se entregarem. Eles denunciam que os policiais civis atiraram de dentro do helicóptero. Na tentativa de fuga, parentes relatam que pelo menos dois jovens morreram ao cair de uma laje.
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A família diz que Francisco foi baleado na mão, mas no hospital Souza Aguiar foi encontrado com cortes no pulso, na virilha e na barriga. Os parentes afirmam que o rapaz saiu andando e entrou no carro blindado da Polícia Civil, conhecido como Caveirão. Mas foi executado dentro do veículo.
— As pessoas estavam na rua para tentar que eles se entregassem. Mas eles foram impedidos. Então o helicóptero mostrou onde eles estavam, e os policiais foram lá. O meu cunhado estava desarmado e esfaquearam dentro dele no caveirão — diz um parente da vítima.
Antes de ser morto, o rapaz mandou uma mensagem para a namorada pedindo ajuda. “Volta pra casa. Seja o que Deus quiser. Vou desligar aqui”, escreveu.
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