Família diz que sobrinha do “tio Paulo” estava sob efeito de remédios: “Fora de si”

O filho de Erika de Souza Vieira Nunes, presa após levar um cadáver para tentar sacar um empréstimo de R$ 17 mil em uma agência bancária em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, disse que a mãe “estava completamente fora de si”.
O bombeiro militar Lucas Nunes dos Santos, de 27 anos, afirmou que a mãe sofre de depressão desde 2019 e, nos últimos anos, tem vivido sob efeito de muitos remédios. “Ela estava sob efeito de medicamentos. Tenho certeza de que ela não percebeu que o tio Paulo já tinha morrido. Em juízo normal, a minha mãe não ia conversar e pedir para um morto assinar um papel”, disse.
O quadro de saúde psiquiátrico de Erika tem piorado nos últimos anos, segundo o filho. No inquérito, obtido pelo Globo, a defesa de Erika apresentou relatórios médicos atestando um acompanhamento intensivo iniciado em 2022, que indicou o uso de medicamentos.
Ao Globo, o irmão da acusada, Elizeu Nunes dos Santos, disse que um dos medicamentos usados por Erika é o zolpidem. O zolpidem, indicado para o tratamento de distúrbios do sono, é um hipnótico que atua no sistema nervoso central e possui propriedades sedativas, relaxantes e ansiolíticas. Seu uso está associado a efeitos colaterais, como alucinações e amnésia.
Segundo informações do site norte-americano Addiction Center, a co-administração de altas doses de zolpidem com antidepressivos, álcool, benzodiazepínicos, outros sedativos, pílulas para dormir ou medicamentos ansiolíticos aumenta o risco de efeitos colaterais, incluindo alucinações. Essas alucinações podem ser auditivas, visuais ou táteis.