Apoie o DCM

Família real, que fatura com laudêmio em Petrópolis, envia “orações” às vítimas

Dom Pedro e família real em Petrópolis
A última foto no Brasil de Pedro 2º e família, na casa da princesa Isabel, em Petrópolis.

Em nome da Família Imperial Brasileira, o trineto de Dom Pedro II, Dom Bertrand de Orleans e Bragança, divulgou uma nota em apoio às vítimas das chuvas em Petrópolis (RJ) que já deixaram mais de 100 mortos. A família real fundou e foi dona de quase toda a área urbana da cidade.

LEIA MAIS: 

1. Enquanto Petrópolis conta mortos, a “família imperial” conta o dinheiro do laudêmio
2. Casimiro faz doação de R$ 30 mil para vítimas em Petrópolis
3. Após retornar da Rússia, Bolsonaro deve visitar Petrópolis

O laudêmio em Petrópolis

Na cidade segue em vigência o laudêmio, taxa imobiliária que beneficia descendentes do último monarca do Império do Brasil.

Instituído em 1847, o laudêmio é cobrado até hoje de compradores de imóveis construídos em área da antiga fazenda do Córrego Seco, adquirida por Dom Pedro I em 1830.

A família real não doou um centavo para ajudar as vítimas da tragédia em Petrópolis, mas enviou a dupla “Deus Nosso Senhor” e “São Pedro de Alcântara” para ajudar os moradores.

Confira a nota completa:

“Meus caros brasileiros e, de modo muito particular, meus caros petropolitanos,

Em nome de meu irmão, o Príncipe Dom Luiz de Orleans e Bragança, Chefe da Casa Imperial do Brasil, e no da Família Imperial, quero manifestar nossa profunda consternação com os terríveis danos causados pelas fortes chuvas em Petrópolis, no Estado do Rio de Janeiro, que deixaram numerosos mortos e desabrigados.

Neste momento de grave dificuldade, o trabalho incansável de bombeiros, policiais, médicos e enfermeiros, bem como o de beneméritos particulares – dentre os quais há muitos monarquistas –, merece nossa admiração e gratidão, pois bem demonstram a caridade própria de um povo autenticamente voluntarioso e cristão.

A Família Imperial, tão estreitamente ligada a Petrópolis, encontra-se sempre disposta a servir ao seu povo, oferecendo ainda nossas orações e solidariedade a todos os que vêm sofrendo. Rogo a Deus Nosso Senhor, por intercessão do Padroeiro São Pedro de Alcântara, que proteja e dê alento à boa gente petropolitana nesta hora de aflição e necessidade”.

A origem do laudêmio na cidade

Dom Pedro II instalou colonos alemães na área da antiga fazenda do Córrego Seco, mas nunca lhes vendeu as terras. O laudêmio é uma espécie de aluguel que deve ser pago aos descendentes do antigo proprietário. 

A cada imóvel vendido, o comprador deve desembolsar 2,5% sobre o valor da transação para ter direito à escritura. A taxa é paga à Companhia Imobiliária de Petrópolis.

Essa empresa funciona na Casa da Princesa Isabel, comprada por seu marido, Gastão de Orléans, o cruel conde D’Eu, assassino de crianças na guerra do Paraguai. Fica ao lado do Palácio Imperial, atual Museu Imperial.

Na varanda foi feita a última fotografia da família de Dom Pedro 2º no Brasil, antes de seguirem para o exílio. 

Até ontem, não se havia ouvido uma palavra dos descendentes a respeito da tragédia. Nada. Pode-se argumentar que o silêncio é uma vantagem. O ramo de Vassouras, por exemplo, tem fascistas como Dom Bertrand e o “príncipe” bolsonarista Luiz Philippe de Orléans e Bragança.

Eles se merecem. Quem não merece é o povo brasileiro. Eis a falta que faz a guilhotina da qual fugiu Dom João 6º. Agora é tarde. 

Participe de nosso grupo no WhatsApp clicando neste link

Entre em nosso canal no Telegram, clique neste link