Famílias expulsas por aluguel alto no entorno do Itaquerão engrossam invasões
O aumento do valor do aluguel nos bairros próximos da Arena Corinthians, na zona leste de São Paulo, é apontado pelos líderes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto como o principal motivo para a adesão de centenas de famílias às novas invasões na região.
A maior parte dos 2,5 mil barracos erguidos desde sábado na ocupação “Copa do Povo”, em terreno particular de 155 mil metros quadrados em Itaquera, a cerca de 4 quilômetros do estádio que vai receber a abertura do Mundial, é de famílias que recebem R$ 300 mensais do bolsa-aluguel da Prefeitura.
Essas famílias argumentam não ter dinheiro para pagar o aluguel na região – são R$ 600, em média, por quatro cômodos. Ontem, no terceiro dia de ocupação, a “Copa do Povo” já não tinha mais espaço para nenhum barraco. Quem chegava para tentar garantir um lugar no terreno já era avisado para desistir pelos coordenadores do MTST. Alguns ignoraram os apelos e começaram a montar barracos em uma parte da mata do Parque do Carmo, em área de preservação permanente.
Centenas de famílias de bairros e de favelas do Jardim Helian, Gleba do Pêssego e Jardim Cibele, áreas carentes localizadas na parte mais alta de Itaquera, de onde é possível ver parte das arquibancadas do estádio que vai receber, no dia 12 de junho, a abertura da Copa do Mundo, dizem ter esperança de sair do aluguel com a ocupação. Muitas se mudaram para o terreno com móveis, camas e geladeiras.
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