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Fantástico destaca relação entre decretos pró-armas de Bolsonaro e caso Isabele

Isabele Guimarães Rosa, de 14 anos, morreu ao ser atingida por tiro na cabeça no condomínio Alphaville, em Cuiabá — Foto: Instagram/Reprodução

Na edição deste domingo (24), o Fantástico destacou a relação entre as políticas pró-armas do presidente Jair Bolsonaro e a morte da menina Isabele, de 14 anos, atingida por um tiro na cabeça disparado por uma amiga.

“A adolescente infratora teve acesso a armas de fogo por conta da negligência de seus pais. Foram os pais que inseriram a filha em um ambiente hostil, um ambiente letal”, afirmou Hélio Nishiyama, advogado da família de Isabele. Ele ainda destacou que “a adolescente não matou Isabele sozinha”.

Na sequência, a jornalista Ianara Garcia explicou que a adolescente que assassinou Isabele só começou a atirar por conta de um decreto do presidente Jair Bolsonaro, publicado em maio de 2019.

“A adolescente que matou Isabele começou a atirar aos 14 anos. É a partir desta idade que um decreto do presidente Bolsonaro permite que adolescentes pratiquem tiro esportivo apenas com o aval dos pais, sem a autorização da Justiça”, disse a repórter.

“Desde o início do mandato, o presidente vem facilitando o acesso às armas no país. Em 2020, 350.778 novas armas entraram em circulação”, completou Ianara.

Milton Pereira Merquiades, promotor de Justiça responsável pelo caso, criticou essa política de aumento do armamento: “O acesso fácil a armas pode gerar esse tipo de tragédia com mais frequência”.

A adolescente que matou Isabele com um tiro em Mato Grosso foi condenada e está internada para cumprir medida socioeducativa. Ela se entregou na última terça-feira (19), depois da condenação, por ato infracional análogo à crime de homicídio doloso – ou seja, com intenção ou assume o risco de matar.

“Olha, no momento que eu soube dessa sentença, eu confesso que eu suspirei assim… Eu dei um suspiro profundo, mas carregado de angústia, de sofrimento, de muito pranto. Eu não tenho motivo nenhum para comemorar isso porque a minha filha não tá aqui hoje, mas eu estou aliviada”, disse Patricia, mãe de Isabele.