Faxineiro tirado de elevador da Biblioteca Nacional: ‘Não sou cachorro’

De Silvia Ribeiro e Marcela Lemos no UOL.
Era um dia comum de faxina na Biblioteca Nacional. Edmilson Costa de Oliveira, 33, havia limpado o banheiro e avançava para cumprir outra tarefa. Pegou o elevador, juntamente com outras três funcionárias, mas foi impedido de subir para o outro piso. Vestia o uniforme azul de faxineiro de uma empresa terceirizada.
Ele relata que, no dia 10 de janeiro, foi proibido de usar um dos elevadores do prédio federal pela coordenadora-geral de Planejamento e Administração da Biblioteca Nacional, Tânia Pacheco. Em depoimento ao UOL, Edmilson diz ter sido vítima de preconceito racial. A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância apura se houve crime de racismo.
Morador do Engenho Novo, bairro do subúrbio do Rio, Edmilson é casado, tem uma filha de dez anos e mora na casa da sogra. Perdeu o pai aos 12 anos e a mãe se casou quando tinha 16, idade em que se viu sozinho e teve de largar os estudos para trabalhar. Estudou até a 8ª série e já fez de tudo um pouco —foi ajudante de construção, office boy, vendeu água na praia e tem uma barraquinha onde vende churrasco.
Quando ocorreu o incidente, Oliveira cumpria aviso prévio. Ele conta que a empresa Riolimp determinou que completasse o restante do período em uma faculdade de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.
A Biblioteca Nacional negou a existência de qualquer ato discriminatório na instituição (
(…)