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Fecundidade no Brasil cai e acende alerta demográfico, diz IBGE

Mulher Grávida. Foto: Reprodução

A taxa de fecundidade no Brasil chegou a um mínimo histórico, com média de 1,55 filho por mulher em idade reprodutiva, segundo dados preliminares do Censo 2022 divulgados pelo IBGE. Esse número está abaixo do nível de reposição populacional (2,1 filhos), levantando debates sobre o envelhecimento demográfico, impactos econômicos e mudanças culturais.

A redução contínua, que já era observada desde meados do século XX — quando a taxa era superior a seis filhos por mulher — acelera-se agora, situando o Brasil em patamar similar a países desenvolvidos como França (1,8) e Estados Unidos (1,7). No entanto, a taxa brasileira ainda é ligeiramente superior à de Argentina (1,5) e Itália (1,2).

O fenômeno é resultado de transformações sociais profundas: jovens mulheres vivem mais tempo nas cidades, investem em educação e carreira, e adiam a maternidade — a idade média da primeira gestação subiu para 28,1 anos em 2022, enquanto era 26,3 em 2000. Além disso, há aumento significativo de mulheres que optam por não ter filhos — cerca de 16% das mulheres de 50 a 59 anos nunca tiveram criança viva.

A queda é desigual entre os grupos: mulheres com ensino superior têm, em média, 1,2 filho, enquanto aquelas sem instrução superam ligeiramente os dois filhos. Entre as raças, indígenas registram o maior índice (2,8 filhos), seguidas por pardas (1,7), pretas (1,6), brancas (1,4) e amarelas (1,2).

O Brasil vive uma transição demográfica sem precedentes, iniciada no Sudeste mas já consolidada em todas as regiões. Esse cenário impõe desafios ao sistema de previdência, às políticas de saúde, ao mercado de trabalho e à dinâmica urbana.