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Felipe Neto: “O povo passa fome e Bolsonaro abaixa o imposto de skate. É sério isso?”

Felipe Neto e Bolsonaro (Imagem: Reprodução – YouTube – Globo / Montagem – RD1)

Em entrevista ao Grupo Prerrogativas (Prerrô) nesta quarta-feira (21), retransmitida pelo DCM, o youtuber Felipe Neto criticou a postura de Jair Bolsonaro de se preocupar em diminuir o imposto sobre a importação de skates e instrumentos musicais – medida anunciada também nesta quarta-feira – enquanto o povo brasileiro passa fome em decorrência da crise da pandemia.

Ele ainda lembrou que o governo federal, enquanto volta suas atenções aos skates, cogita também elevar a tributação sobre os livros. “A literatura realmente transforma, e ela é tão transformadora que eles estão querendo aumentar o imposto sobre os livros. Não me parece coincidência que eles queiram aumentar o imposto justo sobre os livros. Curioso. O Bolsonaro, que fica o tempo todo falando que quer diminuir imposto, que hoje fez um grande anúncio da diminuição do imposto em skates. O povo está passando fome e ele diminui o imposto de skate e de instrumento musical de corda. Sabe aquela coisa que você olha para a notícia e fica meio: ‘eu não queria ter que criticar isso, dane-se. Legal o skate, mas eu vou criticar porque isso é um imbecil. Não é possível’. O povo está sem arroz em casa e o cara faz uma mega notícia de que diminuiu o imposto de skate. E aumenta imposto de livro? É sério isso? Não é coincidência”.

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Em outro momento da conversa, Felipe Neto comentou o uso das redes sociais pelo bolsonarismo, assim como pelo trumpismo, para viabilizar a chegada ao Palácio do Planalto, mesmo tendo Bolsonaro surgido para o cenário nacional como uma piada política. “Qual era nossa sensação quando a gente ouvia que o Bolsonaro ia se candidatar, em 2016, quando ele começou a brincar. Vocês lembrar da sensação de piada que vinha dentro da gente? O que as redes sociais digitais causam? Elas mudam a nossa concepção de realidade. De repente aquilo que era completamente inconcebível passa a ser plausível, se torna normalizado. A gente normaliza a insanidade”.

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O youtuber destacou que foi este fenômeno que levou o Estado de S. Paulo a afirmar que havia “uma escolha muito difícil” a ser feita pelos brasileiros na eleição de 2018, quando Bolsonaro enfrentava o ex-ministro Fernando Haddad (PT) no pleito. “Foi isso que permitiu o que aconteceu no Brasil, o que aconteceu nos Estados Unidos, o que aconteceu na Itália, na Turquia. É essa mudança na concepção de realidade que de repente nos permite cogitar: ‘tá aí, talvez não seja tão piada assim votar no Jair Bolsonaro’. Foi essa mudança de concepção de realidade que fez com que o editor-chefe lá do Estadão, que é um sujeito que se não morre de vergonha hoje e chora no banho ainda não entendeu o que fez, publicar o editorial, quando era Haddad e Bolsonaro, ‘uma escolha muito difícil’. Como um editorial do Estadão chega ao ponto de distorção da realidade de achar que esse cara pode ser melhor para a Presidência da República do Brasil do que um ex-ministro da Educação, ex-prefeito da cidade de São Paulo, professor universitário e com todo o currículo do Haddad?”.

Confira a entrevista completa abaixo: